Melodias

As melodias tocam os ouvidos... almas despertam, florescendo surpreendentemente!

Acordes  mágicos estremecem, encantam... Os olhos erguidos, brilham, pulsam como as estrelas encantadas.

A leveza leva, sorrateiramente, à viagens inesperadas. Flutuando, lépidas, as almas são levadas em esplendor revigorante, à paragens inebriantes.

Cheiros penetrantes, empolgantes, trazem ao peito, suspirar incontido; olhos fechados, coração a palpitar em insuperável satisfação.

Linhas tortas, ondulantes, cintilantes, a desenhar o horizonte deslumbrante.

Imagens vivas, coloridas, em planícies ensolaradas  campos-mãe para o deleite diante da florescência singular.

Vastidões que convidam, em misterioso anseio, o desvendar das surpresas, da magia dos jardins da vida; convidam ao cultivo, à atividade em terra fértil, mágica, onde a pureza das sementes esperam ser tocadas, germinadas, pelas mãos infantis, puras, das probas almas.

Almas ansiosas, calorosas, preenchidas pelo anelo à Vida!

Além do Portal

Saudade... Tão fria como noite de inverno: impiedosa, real e martirizante. 


Introspectiva, agindo como severo aço, indicando o rumo da fortaleza do ser. Em dureza inóspita, o ensinamento...


Do silencioso ardor, o brotar de forças inesperadas. Do peito probo, a coragem. A coragem trazendo calor, aquecendo o coração, pulsando a alma! 


Os olhos esperançosos se erguem: encantador horizonte descortinando-se sorrateiramente.

Portal mágico e real diante da alma clarificada. Aquele portal! Imponente, vivo, caloroso como manto de amor. Portal vivo convidando a superá-lo... 


Quadros vivos diante do semblante estupefato: a saudade se torna amiga, com aquelas lembranças vivas, momentos vivos; vivências deslumbrantes, coloridas, perfumosas, clarificadas pela alegria e contentamento.  

O portal como passagem livre para aquele coração saudoso, agora brejeiro coração, embevecido de meninice, em vivaz destreza, em sonhos renovados. 


O tempo perde-se no regaço das vivências, das lembranças. Lembranças vivas, vivências reais encurtando distâncias... Tão perto, tão real.


Os olhos a piscarem, as distâncias a findarem-se, os corações a pulsarem, as almas em sintonia, em uníssono vibrar... 


Fragrâncias sentidas em único suspirar; brilho e encantamento em mesmo olhar; suavidade e leveza num mesmo toque; anseio a estremecer em mãos dadas, acalentadas em fiel cumplicidade. 


Almas em voo único, lépidas e fortes, livres, deixando rastro de felicidade, de harmonia e bem-aventurança! 
   

A saudade, agora, bem-vinda, viva, esperada e aclamada!

Imensidão

O anelo pela plenitude da vida nos encaminha a perscrutar a imensidão.

Imensidão daquele céu com suas miríades de estrelas a brilhar, inspirar, encantar, fazendo o corações pulsarem pela vida. 

Imensidão preenchedora, acalentadora, nos fazendo sentir pequenos, ínfimos, opacos... 

Imensidão daquelas águas calmas e macias como carinho fraterno; imponentes e purificadoras qual colossal força titânica.

Ondas em vanguarda comitiva a saudar como um balé harmonioso, sereno e rítmico, refrescante e renovador.

Reflexo prateado, imponente, revigorando os corações saudosos, aclarando as almas com nobres e puros anseios.

                   

Imensidão daquelas paragens verdejantes, margeadas e inspiradas pelas mais exuberantes flores, numa sinfonia de aromas a elevar, inebriando os sentidos... 

Relva matizada com a mistura do orvalho carinhoso e meigo com o dourado dos matinais raios solares... 


Relva onde intrépidos hóspedes pulam, saltitam, planam e sorriam; onde as cores se fundem, se misturam em harmonia, brincando, em diversidade, com os olhos surpresos... 

Olhos agora infantis, claros... Deslumbrados a desnudar as maravilhas desse espetáculo! 

Céleres animaizinhos a brincar, perdendo-se no horizonte... Pássaros a cantar, borboletas a bailar, flores a sorrir! 


Quanta grandeza... Infinita paz... Imensidão! 


Pequeno ser diante da imensidão... 


Ínfimo ser diante da imensidão do Amor! Mar infinito, sem limites, abrangente e acolhedor, justo e severo; sábio, bondoso e imensurável!  

Pequeno ser, ínfima criatura a se postar de joelhos em gratidão...

Assim a vida descortina-se... A imensidão indica o caminho... O Amor como o caminho vivo, propiciando o encontro da plenitude da Vida!